Grupo de Pesquisa Costeiros - Estudos socioespaciais (IGEO)

APRESENTAÇÃO

O grupo Costeiros tem como proposta analisar o processo de organização da região costeira que, embora limitada em sua dimensão física, reúne muitos usos do solo e atividades humanas, certas delas específicas. Urbanização, implantação de indústrias, atividade portuária e de navegação, turismo litorâneo e pesca são exemplos de atividades que incentivam a concentração de população na região costeira. Essas atividades podem entrar em conflito entre elas em razão das diferenças dos tipos e graus de uso do espaço e dos recursos naturais, da distribuição desigual e combinanda dos benefícios e dos efeitos negativos das referidas atividades. 
Esses conflitos se manifestam até em áreas de proteção ambiental em razão da apropriação privada do bem público que é a natureza, fonte de sustento de populações locais.
No caso particular da reserva extrativista marinha Baía do Iguape, a temática da organização social aparece de interesse especial uma vez que são unidades de conservação de uso sustentável, co-geridas pelo Instituto Chico Mendes e da Biodiversidade (ICMBio) e os extrativistas mas precisa ainda consolidar esse protagonismo.
Os resultados dos estudos visam, além de sua divulgação no âmbito científico, servir de auxílio das populações pesqueiras na defesa de seus interesses. Assem sendo, procura-se aliar pequisa, formação de recursos humanos na universidade e extensão junto às comunidades de pescadores.

LINHAS DE PESQUISA

O grupo Costeiros desenvolve três linhas de pesquisa que visam contribuir de modo complementar na análise da organização do espaço costeiro:

Manejo dos Recursos Naturais

A linha visa identificar a diversidade de usos sociais dos recursos naturais e discutir as práticas vigentes no ponto de vista da sustentabilidade ambiental: trunfos, dificuldades, problemas no intuito de alimentar o debate sobre alternativas de manejo ambiental com benefícios sociais.

Estudos do meio físico

Para identificar a parte dos impactos ambientais de atividades econômicas (outra linha de pesquisa), é necessário conhecer o meio físico e entender quais são os fatores naturais de evolução do mesmo em várias escalas temporais. Assim sendo, essa linha visa dar embasamento ao conhecimento das dinâmicas naturais e das dinâmicas ambientais, que envolvem as interações com a sociedade.

Impactos ambientais de atividades econômicas

A linha visa identificar as atividades econômicas que trazem conseqüências negativas sobre o meio ambiente, especialmente quando as mesmas afetam usos tradicionais dos recursos naturais. Os resultados das pesquisas têm como objetivo, além de sua divulgação no meio científico, assessorar movimentos sociais e órgãos públicos na defesa dos interesses das populações locais vítimas de impactos ambientais.

Organização social e conflitos territoriais

A linha está voltada para a análise da organização social presente ou em construção nas áreas de estudo, fator importante por influenciar a produção, e portanto a produção do espaço, e na tomada de decisão no planejamento e na gestão. Nessa perspectiva, os estudos em unidades de conservação de uso sustentável ou em área indígena se revelam especialmente interessantes uma vez que as populações locais detêm um poder de decisão sobre seus territórios, atribuído por lei, mas enfrentam problemas com ações de desenvolvimento econômico de lógica exógena aos lugares. Com o agravamento e extensão dos impactos negativos do modo de produção atual sobre a natureza, os conflitos ditos ambientais se multiplicam e se diversificam pela localização, as causas, o grau, extensão e frequência dos problemas enfrentados, os grupos envolvidos e devem ser contemplados lógicas, ações e atores em várias escalas.