Correio da Bahia destaca entrevista com docente Ivana Ivo sobre o termo "caboclo"

2 de Julho Crédito: Marina Silva/CORREIO
O jornal Correio da Bahia recentemente publicou uma matéria que conta com uma entrevista reveladora da professora Ivana Pereira Ivo, especialista em línguas indígenas do Instituto de Letras da UFBA, sobre a complexa trajetória do termo "caboclo". A docente destacou como as mudanças de significados são características naturais das línguas, estudadas pela sociolinguística, descrevendo esse processo como uma "mudança conceitual no tempo". No caso específico de "caboclo", Ivana Ivo pontuou que o termo ainda carrega um forte preconceito linguístico, sendo utilizado pejorativamente para rotular e desqualificar pessoas de ascendência indígena. Embora mantido em algumas regiões da Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte, o uso do termo continua a ser um desafio em termos de inclusão e respeito às comunidades indígenas.
 
A matéria, intitulada "Onde estão os caboclos? Entidades do 2 de Julho têm mais significados do que você imagina", escrita por Carolina Cerqueira e publicada em 29 de junho de 2024, explora a rica e multifacetada história do termo "caboclo" e suas implicações culturais e sociais. O artigo detalha como os significados do termo se transformaram ao longo do tempo, desde sua origem no tupi antigo até seu uso contemporâneo em contextos religiosos e sociais. A matéria também examina o uso do termo na música, literatura e nos censos demográficos brasileiros, mostrando como "caboclo" está profundamente enraizado na cultura e identidade nacional. Além disso, a reportagem aborda as representações dos caboclos em rituais de religiões de matriz africana, como candomblé e umbanda, onde são reverenciados como espíritos ancestrais que trazem sabedoria, proteção e cura. O texto ainda ressalta as controvérsias e a complexidade do termo dentro das próprias comunidades indígenas, onde pode ter tanto conotações positivas quanto negativas.