Curso Prático "Cerâmica Kiriri" reúne estudantes e docentes na Aldeia-Mãe do Povo Kiriri

Entre os dias 7 e 9 de janeiro de 2025, a Aldeia-Mãe do Povo Kiriri, localizada em Mirandela, Banzaê/BA, foi palco do curso prático "Cerâmica Kiriri", ministrado pela Mestre Ceramista Nininha Kiriri. A atividade integrou o programa do Tempo Universidade-na-Comunidade da Licenciatura Intercultural Indígena da UFBA e contou com a participação de 62 integrantes da comunidade acadêmica da universidade, incluindo docentes e discentes.

Além dos estudantes da Licenciatura Intercultural Indígena, participaram também representantes dos cursos de Ciências Sociais, Letras, Jornalismo, Desenho e Plástica, BI Ciência e Tecnologia e Computação, refletindo a interdisciplinaridade e o interesse coletivo em aprender sobre as tradições indígenas.

Dona Nininha Kiriri, guardiã da tradição ceramista de Mirandela, compartilhou com os participantes os saberes ancestrais que perpassam gerações na comunidade Kiriri. A arte de modelar o barro, ensinada desde a infância às mulheres da aldeia, é muito mais do que uma atividade artesanal; é uma expressão cultural e espiritual que resiste ao tempo e fortalece a identidade do povo Kiriri.

O curso abordou técnicas tradicionais, como a modelagem do barro pela técnica do rolo, o uso de ferramentas naturais, como cabaças e sementes de mucunã, e a aplicação de tintas naturais, como tauá e tabatinga, para criar padrões geométricos únicos. Cada peça cerâmica, seja um pote, panela, aribé ou miniatura, reflete a conexão íntima entre o povo Kiriri e o ciclo natural de seu território.

Nininha Kiriri, atualmente Residente em Artes, Cultura e Extensão com o apoio da PROEXT/UFBA, ainda prevê novas ações dentro de seu plano de trabalho. Entre elas, uma segunda edição do curso a ser realizada no campus da UFBA em Salvador e uma exposição de suas peças, que irá divulgar amplamente a riqueza artística e cultural da cerâmica Kiriri.

O evento foi um marco não apenas para a comunidade UFBA, mas também para o fortalecimento dos saberes tradicionais, promovendo uma troca de conhecimentos que reforça o compromisso da universidade com a valorização das culturas indígenas.