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Na tarde de 15 de janeiro, a disciplina "Memórias da Luta e Resistência dos Povos Indígenas do Nordeste", ministrada pela Profa. Japira Pataxó, trouxe à tona saberes ancestrais e uma profunda conexão com a natureza. A turma vivenciou uma experiência única ao ser guiada à mata sagrada do povo Kiriri pelos estudantes do curso José Hamilton, Célio de Jesus e José Jerivan, integrantes desse povo originário.
Localizada no norte do estado da Bahia, no município de Banzaê, a região visitada é caracterizada por seu clima semiárido e por ser uma faixa de transição entre o agreste e a caatinga. Essa visita aconteceu em uma área de mata primária, ou seja, uma floresta nativa intacta, onde, como destacou Barão, "nunca foi tirada madeira". O trajeto até a mata foi realizado de trator, devido à dificuldade de acesso, mas a experiência revelou a riqueza cultural e ambiental da região.
Ao longo da trilha, os estudantes Kiriri compartilharam histórias e conhecimentos sobre ervas sagradas e encantos, revelando a importância de suas tradições na preservação da biodiversidade. Cada planta apresentada carregava um significado cultural e medicinal, demonstrando o profundo respeito e interdependência entre o povo Kiriri e seu território.
A caatinga, bioma predominante na região, é um dos mais vulneráveis do Brasil, enfrentando altos riscos devido ao desmatamento e à desertificação. Esse ecossistema único, presente exclusivamente em terras brasileiras, é lar de uma rica diversidade de fauna e flora adaptadas às condições adversas do clima semiárido. A visita não apenas reforçou a importância da preservação ambiental, mas também destacou o papel fundamental dos povos indígenas na manutenção e proteção dos biomas brasileiros.
Os Kiriri são um exemplo de como os povos originários preservam o meio ambiente enquanto perpetuam seus saberes tradicionais. Essa relação simbólica entre cultura e natureza é fundamental para entender as formas sustentáveis de convivência com a terra, promovendo a harmonia entre sustentabilidade e conservação ambiental.
A tarde foi encerrada com reflexões da turma sobre a experiência, que proporcionou não apenas um mergulho nos saberes Kiriri, mas também um entendimento mais profundo sobre o papel da Licenciatura Intercultural Indígena na valorização e defesa das culturas originárias. Como bem ressaltou a Profa. Japira Pataxó, "Cada passo dado nessa trilha é também um passo na resistência dos povos indígenas do Nordeste e na construção de um futuro mais justo e equilibrado para todos."