A língua Kiriri-Kipeá foi registrada na “Arte de Grammatica da Língua Brazílica da Nação Kiriri” [1877 [1699]) e no “Catecismo Kiriri”, (1942 [1698]), pelo Pe. Luiz Vicencio Mamiani S.J. Além disso, a variedade Dzubukuá foi documentada no Catecismo Índico da Língua Kariris (1896), pelo Capuchinho Bernardo de Nantes. A partir da demanda dos Kiriri de Mirandela (Banzaê/BA) para a definição da escrita a fim de que sejam registrados dados linguísticos recuperados pela memória coletiva, iniciou-se o projeto de extensão “Oficinas para Leitura e Escrita da Língua Kiriri”, com dois objetivos centrais: 1. Registrar os dados linguísticos recuperados contemporaneamente e 2. Interpretar aspectos da gramática do Pe. Mamiani, propondo atualização da escrita e da terminologia usada, com o intuito de contribuir com o projeto de retomada e revitalização de língua, produzindo, ao final, dois produtos: 1. Lições de gramática Kiriri e 2. Vocabulário da língua Kiriri. O projeto tem sido desenvolvido de forma colaborativa, tendo como coordenadores os próprios indígenas. O projeto se justifica por sua relevância social e política, por dar visibilidade a um povo indígena, pouco conhecido pela sociedade brasileira.