Os bichos do museu vão às comunidades - ciência móvel

Nossa motivação é ter um veículo adaptado para conduzir a equipe a itinerância após 35 anos. Artigo publicado por Lira-da-Silva et al. (2022) sobre a mediação no NOAP/UFBA revelou que a itinerância não é fácil porque o transporte oferecido pelas instituições que nos convidam nem sempre tem estrutura adequada para os deslocamentos. É a equipe que desloca os animais vivos e os materiais, que requer responsabilidade, tensão e desgaste físico/emocional por conta do material que é sensível. Apesar disso, os mediadores referem gostar de fazer o trabalho, se dedicam e manifestam compromisso com as atividades no museu itinerante, buscando dar conta do propósito maior, que é a troca de conhecimento com as pessoas. Educar sobre animais peçonhentos salva vidas, considerando a problemática relacionada aos acidentes provocados por esses animais. Segundo Brazil e Lira-da-Silva (2010), animal peçonhento é o que produz o veneno e tem como injetá-lo e venenoso é o que produz o veneno, sem estrutura inoculadora. Dada a larga distribuição desses animais, particularmente em regiões tropicais e subtropicais, o grande número de acidentes e a complexidade do quadro clínico decorrente, os envenenamentos constituem um problema global e de grande relevância para a Saúde Pública. A problemática central desse projeto é a vulnerabilidade dos trabalhadores rurais aos acidentes e ao óbito, extensivo às comunidades quilombolas/indígenas, que necessitam de informação qualificada, através de ações educativas, interativas e lúdicas. No Brasil, o pioneiro nessa comunicação foi Vital Brazil, através do “Plano de vulgarização das descobertas”, com atividades de educação sanitária/ambiental, quando aliou a descoberta da especificidade do soro antiofídico à educação, resultando na redução de 50% da mortalidade na zona rural. Sob essa influência, o NOAP/UFBA assumiu o compromisso da comunicação pública sobre esses animais, construindo, ampliando e ressignificando o processo de musealização, especialmente através de exposições itinerantes. Os objetivos estão ancorados na questão motivadora do projeto: como se dá a dinâmica da triangulação da educação museal do NOAP/UFBA (animais peçonhentos, mediadores e o público) no contexto de exposições itinerantes em escolas e comunidades tradicionais quilombolas/indígenas? É esta teia de relações que esta pesquisa se propõe a compreender. Investigar o potencial das ações educativas itinerantes do NOAP/UFBA com base na educação museal, educação científica intercultural e educomunicação, a partir das relações estabelecidas entre os animais peçonhentos, os mediadores e o público. Incrementar o acervo museológico da REDEZOO ao veículo adaptado nesse novo cenário de itinerância, para o uso do material nas exposições itinerantes e por empréstimo; Analisar a consonância, as linearidades e disparidades das ações educativas desenvolvidas pelo NOAP/UFBA com os princípios norteadores da PNEM (2018); Reelaborar o Plano Museológico do NOAP/UFBA de forma coletiva e democrática.
FINANCIAMENTO: CNPq – Valor: R$ 544.396,00
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